Autogestão durante o período revolucionário português: o caso das operárias na fábrica Sogantal (1974-1976)
Pâmela Cabreira
Instituto de História Contemporânea (IHC)/Universidade Nova de Lisboa, Portugal
https://orcid.org/0000-0002-8701-7395
Self-management during the Portuguese Revolutionary Period: The case of the women workers at the Sogantal factory (1974-1976)
Self-management as a form of resistance was widely adopted during the Portuguese revolutionary period, with a decisive impact on the textile/clothing sector. The aim of this article is to present and understand the organization of the workers at the Sogantal factory during their self-management period, seeking to emphasize relevant characteristics and attributes in the relationship between class and gender. Methodologically, we analyzed primary sources, mainly from the press, communiqués and newspapers produced by the women workers. Our conclusion is that the organization of the women of Sogantal represented an example in the workers’ struggle developed during the period and that it contributed to converting alienated work into a form of collective creation, with a strong sharing of experiences and solidarity between workers.
Keywords
25 April 1974, Sogantal, self-management, women workers, Portugal
A autogestão enquanto forma de resistência foi largamente adotada durante o período revolucionário português, com uma incidência determinante no setor têxtil/confecções. O objetivo deste artigo é demonstrar e compreender a organização das operárias na fábrica Sogantal durante sua autogestão, buscando enfatizar características e atributos relevantes na relação entre classe e género. Metodologicamente analisamos fontes primárias, sobretudo da imprensa, comunicados e jornais produzidos pelas trabalhadoras. Nossa conclusão é que a organização das mulheres da Sogantal representou um exemplo na luta operária desenvolvida durante o período e que contribuiu para converter o trabalho alienado em uma forma de criação coletiva, com uma forte partilha de experiências e solidariedade entre trabalhadoras.
Palavras-chave
25 de Abril de 1974, Sogantal, autogestão, mulheres operárias, Portugal
L’autogestion pendant la période révolutionnaire portugaise : le cas des ouvrières de l’usine de Sogantal (1974-1976)
L’autogestion comme forme de résistance a été largement adoptée pendant la période révolutionnaire portugaise, avec un impact décisif sur le secteur du textile et de l’habillement. L’objectif de cet article est de démontrer et de comprendre l’organisation des ouvrières de l’usine Sogantal pendant leur autogestion, en cherchant à souligner les caractéristiques et les attributs pertinents dans la relation entre la classe et le genre. Sur le plan méthodologique, nous avons analysé des sources primaires, principalement la presse, les communiqués et les journaux produits par les ouvrières. Notre conclusion est que l’organisation des femmes de Sogantal a représenté un exemple dans la lutte ouvrière développée pendant la période et qu’elle a contribué à convertir le travail aliéné en une forme de création collective, avec un fort partage d’expériences et de solidarité entre les travailleurs.
Mots-clés
25 avril 1974, Sogantal, autogestion, femmes travailleuses, Portugal
DOI: https://doi.org/10.22355/exaequo.2024.50.06
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