Silêncio atordoante. Dos relatos de violência sexual em contexto de guerra civil ao dever de memória
Sílvio Marcus de Souza Correa
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Brasil
https://orcid.org/0000-0002-0364-6590
Raging Silence. From sexual violence in the context of civil wars to the duty of memory
Rape was a recurrent crime during Rwanda’s civil war. Three women that survived the genocide had their voices released in Michaël Sztanke and Gael Faye’s documentary film Le silence des mots (2022). Based on an eclectic documental collection, this paper approaches sexual violence against women in the African continent from a historical perspective, aiming to comprehend the silence of women on this issue. In films and books, the new African generation possesses new archives to compose their “post-memory.” Drawing on examples from literature, the paper discusses the duty of memory about crimes committed against women in the context of civil wars and the silence about rape.
Keywords
memory, women, sexual violence, genocide, Rwanda
Durante a guerra civil em Ruanda, o estupro foi crime recorrente. Três mulheres sobreviventes do genocídio tiveram a voz liberada no filme Le silence des mots, de Michaël Sztanke e Gaël Faye (2022). A partir de um corpus documental heteróclito, aborda-se a violência sexual contra mulheres no continente africano numa perspectiva histórica a fim de fornecer elementos para uma compreensão do silêncio das mulheres sobre esta questão. A nova geração africana tem em filmes e livros novos arquivos para a sua “pós-memória”. A partir de alguns exemplos da literatura, discute-se o dever de memória sobre crimes cometidos contra mulheres em contexto de guerra civil e o silêncio em torno do estupro.
Palavras-chave
memória, mulheres, violência sexual, genocídio, Ruanda
Silence étourdissant. Récits de violences sexuelles en contexte de guerre civile et devoir de mémoire
Pendant la guerre civile au Rwanda, le viol était un crime récurrent. Trois femmes rescapées du génocide ont fait entendre leur voix dans le film Le Silence des mots, de Michaël Sztanke et Gaël Faye (2022). À partir d’un corpus documentaire hétéroclite, les violences sexuelles faites aux femmes sur le continent africain sont abordées dans une perspective historique afin de donner quelques éléments de réponse pour comprendre le silence étourdissant des femmes sur cette question. La nouvelle génération africaine dispose de nouvelles archives pour sa « post-mémoire » dans les films et les livres. Basé sur quelques exemples de la littérature africaine, on discute le devoir de mémoire sur les crimes commis contre les femmes dans le contexte de guerres civiles et le silence autour des viols.
Mots-clés
mémoire, femmes, violence sexuelle, génocide, Rwanda
DOI: https://doi.org/10.22355/exaequo.2023.47.07
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