Género e status em política internacional:
Dinâmicas de cooperações, conflitos e ativismos
Coordenação:
Vânia Carvalho Pinto (Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília, Brasil) (vcp.unb@gmail.com)
Andrea Fleschenberg (Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos, Universidade Humboldt de Berlim, Alemanha) (andrea.fleschenberg@hu-berlin.de)
NOVO PRAZO DE ENVIO – 30 JUNHO 2019 (a publicar até dezembro 2019)
A ex æquo aceita permanentemente contributos para as secções extra-temáticas de Estudos e Ensaios e Recensões.
Status é um elemento crucial do relacionamento entre os estados e atores internacionais. Como um conjunto de crenças coletivas e partilhadas acerca da posição de cada um dos atores, este grupo de percepções determina quem consegue o quê, quando e em que condições. São percepções que clarificam os direitos, obrigações e padrões de deferência que um ator pode antecipar, assim como as expectativas existentes em termos de comportamento para com aqueles em posições dominantes ou subordinadas. Como a aquisição de status acarreta um tratamento favorável em diversas esferas (Weiss e Fershtman 1998, 802), assim como capacidade de acesso a países e grupos, influência na definição da agenda, e benefícios materiais (Jakobsen, Ringsmose e Saxi 2018, 2), obtê-lo é considerado altamente desejável.
As crenças subjacentes à ideia de status são baseadas no valor imputado tanto a atributos materiais como imateriais. De modo não exaustivo, podemos referir a riqueza, capacidades coercitivas, cultura, posição demográfica, organização sociopolítica e influência diplomática; assim como a capacidade do estado ou organização de aderir aos standards civilizacionais da época (Larson, Paul e Wohlforth 2014, 7, 20-21, 25; Neumann 2014, 85-114). Todos estes marcadores assumem contornos diferentes, variando ao longo de um contínuo entre status e estigma, consoante a época histórica e localização geográfica. O entendimento acerca do que é considerado ‘bom’ e ‘desejável’ em termos de cultura, civilização, organização sociopolítica, para referir somente alguns, não é estanque nem imutável (ver Zarakol 2014, 319-324; Renshon 2017, 36).
Segue-se que na evolução normativa da sociedade internacional, em que valores como a não discriminação, a proteção do ambiente, o humanitarismo, entre outros (Mozaffari 2001; Gong 2002, 82), têm ocupado cada vez mais espaço na estruturação de hierarquias sociais de poder entre os estados, os direitos das mulheres ocupam um lugar singular. Geralmente tidos como indicativos do grau de ‘avanço’ e de ‘modernidade’ de um estado (ver, e.g., Jayawardena 1994; Towns 2007, 2016; Abu-Lughod 2009), os direitos das mulheres têm-se constituído em um elemento central das políticas externas de países tão diversos como a Suécia e os Emirados Árabes Unidos.
Além disso, a nível de relações dentro do norte, e entre o norte e o sul globais, houve, desde a década de 90, uma série de intervenções – tanto militares como não-militares –, assim como operações de assistência oficial ao desenvolvimento, em cuja pauta constavam preocupações com direitos das mulheres e/ou com gender mainstreaming (por exemplo os casos do Afeganistão, Iraque e Balcãs). Estas intervenções foram controversas – considerando contextos pré-existentes de legados coloniais e de geopolíticas neoimperiais –, mas também geraram uma série de iniciativas, não só por parte de instituições governamentais nas áreas de policy-making, mas também pela sociedade civil. Movimentos transnacionais de mulheres, redes e alianças, assim como organizações locais de mulheres e ativistas desempenharam um papel relevante nestas configurações, frequentemente marcadas por constelações de conflito e ruptura aos níveis macro e meso. Destaque para atuações de organizações e movimentos transnacionais como o Women Living under Muslim Laws (WLUML) e a Musawah; regionais como o Women’s Regional Network; ou locais como o Afghan Women’s Network.[1] Mercê destas interações e engajamentos, as normas e questões de género tornaram-se assim:
- um chip de barganha em conflitos transnacionais particulares, assim como um instrumento para gestão de dissidências políticas (e.g., no Afeganistão e no Paquistão);
- um instrumento importante para as/os defensoras/es de direitos das mulheres em termos de estratégia, advocacia, lobbying, formação de alianças e recolha de fundos tanto aos níveis transnacional como internacional (e.g. como evidenciado pelo trabalho da Musawah e pelo da Afghan Women’s Network).
Entre os vários efeitos, destaque para programas de apoio a organizações de mulheres, à advocacia de ONGs, assim como na prestação de serviços – incluindo a educação de meninas, e construção de abrigos para mulheres – as cotas de género, leis de estatuto pessoal ou a proibição da violência com base no género, entre vários outros. Estas iniciativas foram recebidas com apreço por alguns atores, mas fortemente criticadas por outros. Relativamente aos últimos, se, por um lado, atores conservadores, pertencentes tanto ao governo quanto à sociedade civil denominaram estas ações como práticas de Westoxification;[2] por outro, formou-se uma crítica a partir de uma perspectiva pós-colonial em que estas iniciativas, entendidas como intervenções, foram atribuídas a uma estratégia neoimperial civilizatória que seria parte de uma lógica de globalização neoliberal. Para tal contribuiu a relação de poder assimétrica entre os países intervenientes e os sob intervenção, pertencentes ao norte e ao sul globais, respectivamente.
Neste sentido, emergiram contestações não só a feminismos ocidentais por parte de movimentos de mulheres (Roces 2010), como também a outros feminismos (como os religiosos ou os liberais) dentro dos movimentos de mulheres, tanto locais como transnacionais. Estes são manifestamente heterogéneos e multivocais relativamente a interpretações acerca de questões sobre mulheres e seus direitos, como também no que diz respeito ao nexo entre religião e género (Ahmed-Gosh 2015). Emergiram também contramovimentos, muitas vezes religiosos e conservadores e por vezes transnacionais (ver Derichs e Fennert 2014 sobre casos no Sudeste asiático e na região MENA).
No norte global, apesar de os termos do debate serem colocados de modo distinto, mercê de diferentes configurações histórico-sociais, económicas e políticas, o género continua a figurar de modo central em debates nacionais e internacionais, servindo também como indicativo da natureza mais ou menos progressiva dos estados. A União Europeia, por exemplo, entende as relações de género como uma componente importante tanto das suas políticas de alargamento ao leste europeu (Pető e Manners 2006, 97-111), como de vizinhança no Mediterrâneo e na Eurásia (Gündüz 2015). Além disso, como mencionado previamente, os direitos das mulheres foram eleitos tanto pela Suécia, um país escandinavo, como pelos Emirados Árabes Unidos, um país árabe, como arenas centrais para a construção de estratégias de distinção em relação aos seus respectivos vizinhos. No caso da primeira, esta proclamou em 2015 uma política externa feminista, enquanto os Emirados estão ativamente engajados numa campanha internacional para serem considerados um modelo para os direitos das mulheres no Médio Oriente (ver Carvalho Pinto 2018, no prelo).
Torna-se, portanto, evidente de que a construção de status com base nos direitos das mulheres tem sido um driver importante na interação entre atores internacionais, regionais e transnacionais, que atuam tanto intra- como inter-regiões. Contudo, apesar da sua saliência empírica, este tema está ainda ausente da literatura sobre status. Sendo assim, este dossier especial convida a contribuições que se debrucem sobre os seguintes temas:
- Trabalhos de cariz mais geral que se engajem com a literatura sobre status e que contribuam para a teorização da relação entre o último e género;
- Como diferentes abordagens de política externa, incluindo mas não limitadas a abordagens de soft power e intervenções, militares ou não, podem-se configurar em estratégias de cooperação ou conflito visando a prossecução de uma política de status;
- Casos empíricos (do Norte e Sul globais) que abordem como estados ou grupos de estados, organizações internacionais ou supranacionais e alianças regionais promovem determinadas normas de género em fóruns/organizações internacionais como parte de uma estratégia de construção de status. Destaque para o papel de norm setters de países como a Noruega e a Suécia, assim como de debates relativamente à ratificação e às reservas do CEDAW e da DEVAW, e de iniciativas relativas à Resolução 1325 (2000);[3]
- Como esta difusão de normas de género – resultantes da associação com políticas de status – se constituem em repertórios translocais e suas consequências, não só para movimentos e contramovimentos de mulheres e ativistas, como também para a everyday life das mulheres;
- Teorização e investigação destas práticas e políticas discursivas a partir de uma perspectiva feminista das relações internacionais, com particular referência a possíveis instrumentos epistemológicos, teóricos e metodológicos a serem utilizados neste estudo;
- Perspectivas pós-coloniais, subalternas e decentered, acerca da relação entre género e busca de status por parte de atores regionais, internacionais e transnacionais.
Referências:
Abu-Lughod, Lila. 2009. “Dialects of Women’s Empowerment: The International Circuitry of the Arab Human Development Report 2005.” International Journal of Middle East Studies (41) 83–103.
Ahmed-Gosh, Huma. 2015. Contesting Feminisms - Gender and Islam in Asia. Albany: SUNY Press.
Carvalho Pinto, Vânia. 2018, no prelo. “Signalling for status: UAE and women's rights.” Contexto internacional: journal of global connections.
De Carvalho, Benjamin e Iver B. Neumann (orgs.). 2015. Small state status seeking. Norway’s Quest for International Standing. New York, Abindon: Routledge.
Derichs, Claudia (in cooperation with) Dana Fennert. 2014. Women's Movements and Countermovements. The Quest for Gender Equality in Southeast Asia and the Middle East. Cambridge: Cambridge Scholars Press.
Gong, Gerrit W. 2002. “Standards of Civilization Today.” In Globalization and Civilizations, organized by Mehdi Mozaffari , 77-96. New York: Routledge.
Gündüz, Z. Y. 2015. “Gendering the neighbors: The European Union’s policies on gender and equality on Saharan Africa and Central Asia.” In The European Union’s Broader Neighborhood: Challenges and opportunities for cooperation beyond the European Neighborhood Policy, organized by S. Gstöhl e E. Lannon, 162-186. Abingdon: Routledge.
Jakobsen, Peter Viggo, Jens Ringsmose and Håkon Lunde Saxi. 2018. “Prestige-seeking small states: Danish and Norwegian military contributions to US-led operations.” European Journal of International Security (3) 2. DOI:10.1017/eis.2017.20
Jayawardena, Kumari. 1994. Feminism and Nationalism in the Third World, London: Atlantic Highlands; New Jersey: Zed Books.
Larson, Deborah Welch, T. V. Paul and William C. Wohlforth. 2014. “Status and World Order.” In Status in World Politics, organized by T.V. Paul, Deborah Welch Larson and William C. Wohlforth, 3-32. Cambridge: Cambridge University Press.
Mozaffari, M. 2001. “The Transformationalist Perspective and the Rise of a Global Standard of Civilization.” International Relations of the Asia-Pacific (1): 247-264.
Pető, Andrea and Ian Manners. 2006. “The European Union and the Value of Gender Equality.” In Values and Principles in European Union Foreign Policy, organized by Sonia Lucarelli and Ian Manners, 97-113. London; NY: Routledge.
Pu, Xiaoyu and Randall L. Schweller. 2014. “Status Signalling, Multiple Audiences, and China’s Blue-Water Naval Ambition.” In Status in World Politics, organized by T.V. Paul, Deborah Welch Larson and William C. Wohlforth, 141-164. Cambridge: Cambridge University Press.
Renshon, Jonathan. 2017. Fighting for status. Hierarchy and conflict in world politics. Princeton and Oxford: Princeton University Press.
Roces, Mina and Louise Edwards. 2010. Women's Movements in Asia: Feminisms and Transnational Activisms in Asia. London and New York: Routledge.
Towns, Ann. 2007. “The Status of Women and the Ordering of Human Societies along the Stages of Civilization.” In Civilizational Identity: The Production and Reproduction of “Civilizations” in International Relations, organized by Martin Hall and Patrick Thaddeus Jackson, 167-179. Basingstoke: Palgrave.
Towns, Ann. 2016. “Civilization.” In Oxford Handbook on Feminist Theory, organized by Lisa Disch and Mary Hawkesworth, 79-99. Oxford: Oxford University Press.
Ward, Steven. 2017. “Lost in Translation: Social Identity Theory and the Study of Status in World Politics.” International Studies Quarterly (61): 821–834.
Weiss, Yoram and Chaim Fershtman. 1998. “Social status and economic performance: A survey.” European Economic Review (42): 801- 820.
Wohlforth, William C. et al. 2017. “Moral authority and status in International Relations: Good states and the social dimension of status seeking.” Review of International Studies 44(3): 526-546.
Zarakol, Ayşe. 2014. “What made the modern world hang together: socialisation or stigmatisation?” International Theory (6): 311-332.
[1] Women’s Regional Network é uma rede de mulheres líderes da sociedade civil que trabalha para o avanço dos direitos das mulheres e da paz regional no Afeganistão, Paquistão e Índia (https://www.womensregionalnetwork.org). Afghan Women’s Network, é uma organização não governamental criada em 1996 por mulheres afegãs após a Conferência Mundial sobre as Mulheres em Pequim, que trabalha para capacitar as mulheres e garantir a sua participação igualitária na sociedade afegã (http://www.awn-af.net). Musawah é um movimento global pela igualdade e justiça na família muçulmana, liderado por feministas (http://www.musawah.org). WLUML era uma rede internacional de solidariedade que oferece informação, apoio e um espaço colectivo para mulheres, cujas vidas são determinadas, condicionadas ou governadas por leis e costumes supostamente derivados do Islão (http://www.wluml.org).
[2] O termo descreve um fascínio com e dependência do Ocidente em detrimento de ligações culturais, tradicionais e históricas com o Islão e o mundo Islâmico. Baseado na imitação indiscriminada do ocidente, denota um sentido de intoxicação que leva à alienação cultural. Ver: http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e2501
[3] CEDAW: Convenção Para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 1981; DEVAW: Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 1993. Resolução 1325 (2000) reconhece que as mulheres sofrem de forma diferente os impactos de guerra, e reafirmou a necessidade de reforçar o papel das mulheres na tomada de decisão com relação à prevenção e resolução de conflitos.
Gender and status in international politics:
Dynamics of cooperations, conflicts and activisms
Editors:
Vânia Carvalho Pinto, Institute of International Relations, University of Brasilia, Brazil (vcp.unb@gmail.com)
Andrea Fleschenberg, Institute of Asian and African Studies, Humboldt-Universität zu Berlin, Germany (andrea.fleschenberg@hu-berlin.de)
New Submission Date: 30 JUNE 2019 (for publication until December 2019)
The call for non-themed submissions (articles and reviews) is continuously open.
Status is a crucial factor in the relationship between states and international actors. As a set of collective and shared beliefs about the position of each actor, this group of perceptions determines who is entitled to what, when, and under what conditions. These are perceptions that clarify the rights, obligations and deference that actors can expect, as well as expectations about behaviour toward others in dominant or subordinate positions. The acquisition of status entails favourable treatment in different spheres (Weiss and Fershtman 1998, 802) as well as access to countries and groups, influence over agendas, and material benefits (Jakobsen, Ringsmose and Saxi 2018, 2), and so is seen as highly desirable.
The beliefs underlying the concept of status are based on the value ascribed to both material and immaterial attributes. Without being exhaustive, we can refer to wealth, coercive capacity, culture, demographic position, sociopolitical organization and diplomatic influence, as well as the ability of the state or organization to follow the civilizational standards of the time (Larson, Paul, and Wohlforth 2014, 7, 20-21, 25; Neumann 2014, 85-114). All these markers assume different contours, situated on a cline between status and stigma, depending on the historical era and geographical location. Our understanding of what is considered 'good' and 'desirable' in terms of culture, civilization, sociopolitical organization, to name but a few, is neither watertight nor set in stone (see Zarakol 2014, 319-324, Renshon 2017, 36).
In the normative evolution of international society, in which values such as non-discrimination, protection of the environment and humanitarianism, among others (Mozaffari 2001; Gong 2002, 82), have come to have greater weight in structuring social hierarchies of power between states, it follows that women's rights hold a unique position. Women's rights are generally taken as an indicator of how 'advanced' and 'modern' a state is (see, for example, Jayawardena 1994; Towns 2007, 2016; Abu-Lughod 2009), and have become central to policy in countries as diverse as Sweden and the United Arab Emirates.
In addition, on the level of relations within the global North, and between the North and South, there has been a series of interventions since the 90s – both military and non-military – as well as official operations to aid development, in which women's rights and/or gender mainstreaming were at stake (e.g. Afghanistan, Iraq and the Balkans). These interventions were controversial – taking into account the pre-existing contexts of colonial legacies and neo-imperial geopolitics – but also brought about a series of initiatives by both governmental institutions in the area of policy-making and by civil society. Transnational women’s movements, networks and alliances, including local women's organizations and activists, played a key role in establishing this ground, often marked by profuse conflict and disruption at the macro and meso levels. Recognition should be given to operations by organizations and movements on the transnational level, such as Women Living under Muslim Laws (WLUML) and Musawah; on the regional level, such as the Women's Regional Network; or at the local level, like the Afghan Women's Network.[1] By dint of these interactions and engagements, norms and gender issues have thus become:
- a bargaining chip in particular transnational conflicts, as well as an instrument for managing political dissent (e.g. in Afghanistan and Pakistan);
- an important tool for advocates of women's rights in terms of strategy, advocacy, lobbying, coalition building and fundraising at both transnational and international levels (e.g. as seen in the work of Musawah and the Afghan Women's Network).
Among the various effects, programmes which support women's organizations and NGO advocacy can be highlighted, as well as programmes providing services – including education for girls and creating shelters for women, gender quotas, personal status laws or outlawing gender-based violence, among various others. These initiatives were well received by some actors, but heavily criticized by others. Regarding the latter, on the one hand, conservative actors within both government and civil society called these actions Westoxification[2]; on the other hand, a postcolonial perspective gave rise to a critique in which these initiatives, understood as interventions, were attributed to a neo-imperial civilizing strategy and were seen as part of a move towards neoliberal globalization. The asymmetric power ratio between intervening countries and those intervened in, belonging to the global North and South respectively, also played a part.
Thus, not only have Western forms of feminism thus been challenged by women's movements (Roces 2010) but so have other forms of feminism (such as religious or liberal) within women's movements, both locally and transnationally. These are manifestly heterogeneous and multivocal regarding interpretation of issues about women and their rights, as well as the nexus between religion and gender (Ahmed-Gosh 2015). Counter-movements, often religious and conservative and sometimes transnational, have also emerged (see Derichs and Fennert 2014 on cases in Southeast Asia and the MENA region).
In the global North, despite the terms of the debate being stated differently due to different historical, social, economic and political circumstances, gender continues to figure prominently in national and international debate, and also serves as an indicator of how progressive states are. The European Union, for example, views gender relations as an important component of both its policies for expansion in Eastern Europe (Pető and Manners 2006, 97-111) and in the neighbouring areas of the Mediterranean and Eurasia (Gündüz 2015). In addition, as mentioned above, women's rights were selected by both Sweden, a Scandinavian country, and by the United Arab Emirates, an Arab country, as central arenas for the building strategies to set them apart from their respective neighbours. In the case of the former country, it proclaimed a feminist foreign policy in 2015, while the Emirates are actively engaged in an international campaign to be considered a model for women's rights in the Middle East (see Carvalho Pinto 2018, in press).
It therefore becomes clear that developing status anchored on women's rights has been an important driver in the interaction between international, regional and transnational actors both intra- and interregionally. However, while empirically salient, this theme is still absent from the literature on status. Therefore, this special dossier invites contributions which focus on the following topics:
- Works of a more general nature that engage with the literature on status and contribute to theories on the relationship between status and gender;
- How different foreign policy approaches, including but not limited to soft power approaches and interventions, military or otherwise, can be shaped into cooperative or conflict strategies with the aim of pursuing a policy on status;
- Empirical cases (from the global North and South) that address how states or groups of states, international or supranational organizations and regional alliances promote certain gender norms in international forums/organizations as part of a strategy for developing status. The role of norm setters in countries like Norway and Sweden is highlighted, as well as debate on the ratification and reservations of CEDAW and DEVAW, and initiatives pertaining to Resolution 1325 (2000);[3]
- How this diffusion of gender norms – as a result of association with policies on status – constitutes translocal repertoires and their consequences, not only for women's and activists' movements and counter-movements, but also for the everyday life of women;
- Theories on and research into these practices and discursive policies from a feminist outlook on international relations, with particular reference to possible epistemological, theoretical and methodological instruments to be used in this study;
- Postcolonial, subaltern and decentred outlooks on the relationship between gender and the search for status by regional, international and transnational actors.
References:
Abu-Lughod, Lila. 2009. “Dialects of Women’s Empowerment: The International Circuitry of the Arab Human Development Report 2005.” International Journal of Middle East Studies (41) 83–103.
Ahmed-Gosh, Huma. 2015. Contesting Feminisms - Gender and Islam in Asia. Albany: SUNY Press.
Carvalho Pinto, Vânia. 2018, in press. “Signalling for status: UAE and women's rights.” Contexto internacional: journal of global connections.
De Carvalho, Benjamin e Iver B. Neumann (orgs.). 2015. Small state status seeking. Norway’s Quest for International Standing. New York, Abingdon: Routledge.
Derichs, Claudia (in cooperation with) Dana Fennert. 2014. Women's Movements and Countermovements. The Quest for Gender Equality in Southeast Asia and the Middle East. Cambridge: Cambridge Scholars Press.
Gong, Gerrit W. 2002. “Standards of Civilization Today.” In Globalization and Civilizations, organized by Mehdi Mozaffari, 77-96. New York: Routledge.
Gündüz, Z. Y. 2015. “Gendering the neighbors: The European Union’s policies on gender and equality on Saharan Africa and Central Asia.” In The European Union’s Broader Neighborhood: Challenges and opportunities for cooperation beyond the European Neighborhood Policy, organized by S. Gstöhl e E. Lannon, 162-186. Abingdon: Routledge.
Jakobsen, Peter Viggo, Jens Ringsmose and Håkon Lunde Saxi. 2018. “Prestige-seeking small states: Danish and Norwegian military contributions to US-led operations.” European Journal of International Security (3) 2. DOI:10.1017/eis.2017.20
Jayawardena, Kumari. 1994. Feminism and Nationalism in the Third World, London: Atlantic Highlands; New Jersey: Zed Books.
Larson, Deborah Welch, T. V. Paul and William C. Wohlforth. 2014. “Status and World Order.” In Status in World Politics, organized by T.V. Paul, Deborah Welch Larson and William C. Wohlforth, 3-32. Cambridge: Cambridge University Press.
Mozaffari, M. 2001. “The Transformationalist Perspective and the Rise of a Global Standard of Civilization.” International Relations of the Asia-Pacific (1): 247-264.
Pető, Andrea and Ian Manners. 2006. “The European Union and the Value of Gender Equality.” In Values and Principles in European Union Foreign Policy, organized by Sonia Lucarelli and Ian Manners, 97-113. London; NY: Routledge.
Pu, Xiaoyu and Randall L. Schweller. 2014. “Status Signalling, Multiple Audiences, and China’s Blue-Water Naval Ambition.” In Status in World Politics, organized by T.V. Paul, Deborah Welch Larson and William C. Wohlforth, 141-164. Cambridge: Cambridge University Press.
Renshon, Jonathan. 2017. Fighting for status. Hierarchy and conflict in world politics. Princeton and Oxford: Princeton University Press.
Roces, Mina and Louise Edwards. 2010. Women's Movements in Asia: Feminisms and Transnational Activisms in Asia. London and New York: Routledge.
Towns, Ann. 2007. “The Status of Women and the Ordering of Human Societies along the Stages of Civilization.” In Civilizational Identity: The Production and Reproduction of “Civilizations” in International Relations, organized by Martin Hall and Patrick Thaddeus Jackson, 167-179. Basingstoke: Palgrave.
Towns, Ann. 2016. “Civilization.” In Oxford Handbook on Feminist Theory, organized by Lisa Disch and Mary Hawkesworth, 79-99. Oxford: Oxford University Press.
Ward, Steven. 2017. “Lost in Translation: Social Identity Theory and the Study of Status in World Politics.” International Studies Quarterly (61): 821–834.
Weiss, Yoram and Chaim Fershtman. 1998. “Social status and economic performance: A survey.” European Economic Review (42): 801- 820.
Wohlforth, William C. et al. 2017. “Moral authority and status in International Relations: Good states and the social dimension of status seeking.” Review of International Studies 44(3): 526-546.
Zarakol, Ayşe. 2014. “What made the modern world hang together: socialisation or stigmatisation?” International Theory (6): 311-332.
Deadline and guidelines for submission
All submissions have to abide by the publication guidelines of ex æquo, which are available at http://www.apem-estudos.org/en/page/apresentacao-da-revista, and the papers should be sent until 17 of May 2019, to the e-mail apem1991@gmail.com. The submissions that do not abide by the publication guidelines of ex æquo (e.g. references, tables and figures, article length) will be immediately excluded from the arbitrage process. Within four weeks after submission, the authors will receive an email informing of the decision to send the paper for peer review or the exclusion from the arbitrage process. The date due for publication of this special number is December 2019.
[1] The Women's Regional Network is a network of women leaders in civil society working to advance women's rights and promote regional peace in Afghanistan, Pakistan and India (https://www.womensregionalnetwork.org). The Afghan Women's Network is a non-governmental organization created in 1996 by Afghan women following the World Conference on Women in Beijing. It works to empower women and ensure equal participation in Afghan society (http: //www.awn-af.net). Musawah is a global movement led by feminists for equality and justice in the Muslim family (http://www.musawah.org). WLUML was a network of international solidarity that provides information, support and a collective space for women whose lives are determined, conditioned or governed by laws and customs ostensibly derived from Islam (http://www.wluml.org).
[2] The term describes a fascination with and dependence on the West to the detriment of cultural, traditional and historical connections with Islam and the Islamic world. It is based on indiscriminate imitation of the West and denotes a sense of intoxication that leads to cultural alienation. See: http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e2501
[3] CEDAW: Convention for the Elimination of All Forms of Discrimination Against Women, 1981; DEVAW: Declaration on the Elimination of Violence Against Women, 1993. Resolution 1325 (2000) recognizes that women suffer differently from the impacts of war, and reaffirmed the need to boost the role of women in decision-making on conflict prevention and resolution.
Género y status en la política internacional:
Dinámicas de cooperaciones, conflictos y activismos
Coordinación de:
Vânia Carvalho Pinto, Instituto de Relaciones Internacionales, Universidad de Brasília, Brasil (vcp.unb@gmail.com)
Andrea Fleschenberg, Instituto de Estudios Asiáticos y Africanos, Universidad Humboldt de Berlim, Alemanh (andrea.fleschenberg@hu-berlin.de)
Nueva fecha para el envío de artículos: 30 DE JUNIO de 2019 (a publicar hasta diciembre de 2019)
Además de los envíos para los dossiers temáticos, la revista acepta permanentemente contribuciones a las secciones de Estudios y Ensayos y Reseña.
Status constituye un elemento fundamental de la relación entre los estados y los agentes internacionales. Refiriéndose a un conjunto de creencias colectivas y compartidas sobre la posición de cada uno de los agentes, estas percepciones determinan quién logra lo qué, cuándo y las condiciones en las que lo hace. Estas percepciones clarifican los derechos, las obligaciones y los estándares de referencia que un actor puede anticipar, así como las expectativas con respecto a los comportamientos para con los que están en posiciones dominantes o subordinadas. Se considera que obtener status es sumamente deseable ya que la adquisición de status implica un tratamiento favorable en diversas esferas (Weiss e Fershtman 1998, 802) y también la capacidad de acceder a países y grupos, de influenciar la definición de la agenda y de lograr beneficios materiales (Jakobsen, Ringsmose e Saxi 2018, 2).
Las creencias inherentes a la idea de status se basan en el valor otorgado a los a atributos tanto materiales como inmateriales. Nos referimos, entre otros, a la riqueza, las capacidades coercitivas, la cultura, la situación demográfica, la organización sociopolítica y la influencia diplomática. Nos referimos también a la capacidad del estado o de la organización de adherir a los estándares de civilización de la época (Larson, Paul e Wohlforth 2014, 7, 20-21, 25; Neumann 2014, 85-114). Todos estos indicadores adquieren contornos distintos, con variaciones a lo largo de un continuum entre status y estigma, según el momento histórico y la localización geográfica. Lo que entendemos por “bueno” y “deseable” desde el punto de vista de la cultura, la civilización, la organización sociopolítica, entre otros, no es hermético ni tampoco inmutable (ver Zarakol 2014, 319-324; Renshon 2017, 36).
En la evolución normativa de la sociedad internacional, en la que valores como la no discriminación, la protección ambiental, el humanitarismo, entre otros (Mozaffari 2001; Gong 2002, 82), siguen ocupando cada vez más espacio en la estructuración de las jerarquías sociales de poder entre los estados, los derechos de las mujeres ocupan un lugar singular. Generalmente, considerados como indicativos del nivel de ‘avanzo’ y de ‘modernidad’ de un estado (ver, e.g., Jayawardena 1994; Towns 2007, 2016; Abu-Lughod 2009), los derechos de las mujeres vienen siendo plateados como un elemento central de las políticas externas de países tan distintos como Suecia y los Emiratos Árabes Unidos.
Por otra parte, en el campo de las relaciones en el norte, y entre el norte y el sur globales, han ocurrido, desde la década de 90, una série de intervenciones –militares y no-militares – y operaciones de asistencia oficial en el cuadro del apoyo al desarrollo que incorporaban preocupaciones con los derechos de las mujeres y/o con el mainstream de género (por ejemplo, los casos de Afganistán, Iraquí y Balcanes). Estas intervenciones se han vuelto controversias – teniendo en cuenta los contextos preexistentes de los legados coloniales y de las geopolíticas neo imperiales– pero, por otra parte, han generado iniciativas, no solo por parte de instituciones gubernamentales en las áreas de policy-making, sino también por parte de la sociedad civil. Movimientos transnacionales de mujeres, redes y alianzas, así como organizaciones locales de mujeres y de activistas han desempeñado un role relevante en estas configuraciones, con frecuencia pautadas por constelaciones de conflicto y de ruptura a nivel macro y a nivel meso. Se subraye las acciones de organizaciones y movimientos transnacionales como Women Living under Muslim Laws (WLUML) y Musawah; regionales como Women’s Regional Network o locales como Afghan Women’s Network.[1] Gracias a estas interacciones y compromisos, las normas y cuestiones de género se han vuelto:
- una moneda de cambio en conflictos transnacionales particulares y un instrumento para la gestión de las disidencias políticas (e.g., en Afganistán y en Paquistán);
- un instrumento importante para las defensoras y los defensores de los derechos de las mujeres con respecto a estrategia, advocacy, lobbying, formación de alianzas y recogida de fundos a nivel transnacional e internacional (e.g. como ha sido evidenciado en el trabajo de Musawah y de Afghan Women’s Network).
Entre los efectos, se destacan los programas de apoyo a las organizaciones de mujeres, a la advocacy de ONGs, así como, en la prestación de servicios – incluyendo la educación de niñas y la construcción de casas de acogida para mujeres – las cuotas de género, las leyes de estatuto personal o la prohibición de la violencia de género, entre muchos otros. Estas iniciativas han sido bien recibidas por algunos actores pero también han sido muy criticadas por otros. Con respecto a estos, por una parte, actores conservadores, pertenecientes tanto a los gobiernos como a la sociedad civil, han clasificado estas acciones como prácticas de Westoxification;[2] por otra parte, desde una crítica basada en una perspectiva pos colonial que ha llevado a entender estas acciones como intervenciones, estas han sido atribuidas a una estrategia neo imperial civilizatoria y parte integrante de una lógica de globalización neoliberal. Para este fenómeno han contribuido la relación de poder asimétrica entre los países intervinientes y los que son objeto de intervención, pertenecientes al norte y al sur globales, respectivamente.
Así, han emergido contestaciones a los feminismos occidentales por parte de movimientos de las mujeres (Roces 2010) y a otros feminismos (como los religiosos o los liberales) en el seno de los movimientos de mujeres, tanto locales como transnacionales. Estos movimientos son heterogéneos y se pautan por múltiples voces con respecto a las interpretaciones de cuestiones relativas no solo a las mujeres y a sus derechos, sino también a la relación entre religión y género (Ahmed-Gosh 2015). También han surgido contra movimientos, muchas veces religiosos y conservadores y, por veces, transnacionales (ver Derichs e Fennert 2014 sobre casos en el Sudeste asiático e en la región MENA).
En el norte global, aunque los términos del debate hayan sido planteados de un modo distinto, gracias a distintas configuraciones históricas sociales, económicas y políticas, el género sigue siendo central en los debates nacionales e internacionales, al mismo tiempo que se constituye como indicativo del nivel de progreso de los estados. La Unión Europea, por ejemplo, entiende las relaciones de género como una componente importante de las sus políticas de alargamiento al leste europeo (Pető y Manners 2006, 97-111) y de las Políticas de Vecindad en el Mediterráneo y en la Eurasia (Gündüz 2015). Además, como ya ha sido mencionado, los derechos de las mujeres han sido elegidos tanto en Suecia, un país escandinavo, como en los Emiratos Árabes Unidos, un país árabe, como centrales para la construcción de estrategias de diferenciación de sus respectivos vecinos. En el primer caso, Suecia ha proclamado en 2015 una política externa feminista, mientras, en el segundo caso, los Emiratos están activamente comprometidos en una campaña internacional para que se le reconozca como un modelo para los derechos de las mujeres en el Medio Oriente (ver Carvalho Pinto 2018, prensa).
Parece claro, pues, que la construcción de status con base en los derechos de las mujeres viene siendo un driver importante en la interacción entre actores internacionales, regionales y transnacionales que actúan tanto intra como inter regiones. Todavía, a pesar de su evidencia empírica, este tema sigue estando ausente de la literatura sobre status. Por consiguiente, este dosier especial invita a contribuciones sobre los siguientes temas:
- Trabajos de cariz más general que impliquen la literatura sobre status y que contribuyan para la teorización de la relación entre status y género;
- Trabajos que incidan sobre como las distintas abordajes de la política externa, incluyendo, pero no de forma exclusiva, las abordajes de soft power y las intervenciones, militares o no militares, pueden configurarse como estrategias de cooperación o de conflicto visando la prosecución de una política de status;
- Casos empíricos (del Norte y del Sur globales) sobre el modo como estados o grupos de estados, organizaciones internacionales o supranacionales y alianzas regionales promueven determinadas normas de género en fóruns/organizaciones internacionales como parte de una estrategia de construcción de status. Se valoriza el papel de norm setters de países como Noruega y Suecia y los debates sobre la ratificación y las reservas con respecto a CEDAW y DEVAW, así como sobre iniciativas relativas a la Resolución 1325 (2000); [3]
- Trabajos sobre cómo esta difusión de las normas de género – repertorios translocales y sobre sus consecuencias para los movimientos y contra-movimientos de mujeres y de activistas, así como para la everyday life de las mujeres;
- Teorización e investigación de estas prácticas y políticas discursivas a partir de una perspectiva feminista de las relaciones internacionales, con particular enfoque en los posibles instrumentos epistemológicos, teóricos y metodológicos que puedan ser utilizados;
- Perspectivas pos-coloniales, subalternas y decentered, a cerca de la relación entre género y busca de status por parte de actores regionales, internacionales y transnacionales.
Referencias:
Abu-Lughod, Lila. 2009. “Dialects of Women’s Empowerment: The International Circuitry of the Arab Human Development Report 2005.” International Journal of Middle East Studies (41) 83–103.
Ahmed-Gosh, Huma. 2015. Contesting Feminisms - Gender and Islam in Asia. Albany: SUNY Press.
Carvalho Pinto, Vânia. 2018, prensa. “Signalling for status: UAE and women's rights.” Contexto internacional: journal of global connections.
De Carvalho, Benjamin e Iver B. Neumann (orgs.). 2015. Small state status seeking. Norway’s Quest for International Standing. New York, Abindon: Routledge.
Derichs, Claudia (in cooperation with) Dana Fennert. 2014. Women's Movements and Countermovements. The Quest for Gender Equality in Southeast Asia and the Middle East. Cambridge: Cambridge Scholars Press.
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Gündüz, Z. Y. 2015. “Gendering the neighbors: The European Union’s policies on gender and equality on Saharan Africa and Central Asia.” In The European Union’s Broader Neighborhood: Challenges and opportunities for cooperation beyond the European Neighborhood Policy, organized by S. Gstöhl e E. Lannon, 162-186. Abingdon: Routledge.
Jakobsen, Peter Viggo, Jens Ringsmose and Håkon Lunde Saxi. 2018. “Prestige-seeking small states: Danish and Norwegian military contributions to US-led operations.” European Journal of International Security (3) 2. DOI:10.1017/eis.2017.20
Jayawardena, Kumari. 1994. Feminism and Nationalism in the Third World, London: Atlantic Highlands; New Jersey: Zed Books.
Larson, Deborah Welch, T. V. Paul and William C. Wohlforth. 2014. “Status and World Order.” In Status in World Politics, organized by T.V. Paul, Deborah Welch Larson and William C. Wohlforth, 3-32. Cambridge: Cambridge University Press.
Mozaffari, M. 2001. “The Transformationalist Perspective and the Rise of a Global Standard of Civilization.” International Relations of the Asia-Pacific (1): 247-264.
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Renshon, Jonathan. 2017. Fighting for status. Hierarchy and conflict in world politics. Princeton and Oxford: Princeton University Press.
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Zarakol, Ayşe. 2014. “What made the modern world hang together: socialisation or stigmatisation?” International Theory (6): 311-332.
[1] Women’s Regional Network es una red de mujeres líderes de la sociedad civil que trabaja para el avance de los derechos de las mujeres y de la paz regional en Afganistán, Paquistán e India (https://www.womensregionalnetwork.org). Afghan Women’s Network es una organización no gubernamental creada en 1996 por mujeres afegans después de la Conferencia Mundial sobre las Mujeres en Pequín, que trabaja para capacitar las mujeres y garantizar su participación igualitaria en la sociedad afegan (http://www.awn-af.net). Musawah es un movimiento global por la igualdad y la justicia en la familia musulmana, liderado por feministas (http://www.musawah.org). WLUML era una red internacional de solidaridad que ofrece información, apoyo y un espacio colectivo para mujeres cuyas vidas son determinadas, condicionadas o gobernadas por leyes y costumbres supuestamente derivados del Islán (http://www.wluml.org).
[2] El término describe una fascinación por la dependencia hacia el Occidente en detrimento de las conexiones culturales, tradicionales e históricas con el Islam y el mundo Islámico. Basado en la imitación indiscriminada del occidente, denota un sentido de intoxicación que conduce a la alienación cultural. Ver: http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e2501
[3] CEDAW: Convención Para la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación Contra las Mujeres, 1981; DEVAW: Declaración sobre la Eliminación de la Violencia Contra las Mujeres, 1993. Resolución 1325 (2000) reconoce que las mujeres sufren de forma diferente los impactos de la guerra y reafirma la necesidad de reforzar el papel de las mujeres en la tomada de decisión con relación a la prevención y resolución de conflictos.
Genre et statut en politique internationale:
Dynamiques de coopérations, conflits et activismes
Coordination:
Vânia Carvalho Pinto (Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília, Brasil) (vcp.unb@gmail.com)
Andrea Fleschenberg (Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos, Universidade Humboldt de Berlim, Alemanha (andrea.fleschenberg@hu-berlin.de)
NOUVEAU DÉLAI D’ENVOI – 30 JUIN 2019 (à publier jusqu’en décembre de 2019)
En plus des articles pour les dossiers thématiques, ex æquo accepte en permanence des contributions pour les sections Études et Essais ainsi que des critiques de livres.
Le statut est un élément fondamental des relations entre les états et les acteurs internationaux. Comme un ensemble de croyances collectives et partagées à propos de la position de chacun des acteurs, cet ensemble de perceptions détermine qui réussit quoi, quand et dans quelles conditions. Ce sont des perceptions qui éclairent les droits, les obligations et les normes de référence qu’un acteur peut anticiper, aussi bien que les expectatives existantes en termes de comportement vis-à-vis de ceux qui occupent des positions dominantes ou subordonnées. Étant donné qu’à l’acquisition de statut correspond un traitement favorable dans différentes sphères (Weiss e Fershtman 1998, 802), ainsi que la capacité d’accès à différents pays et groupes, la possibilité d’influencer l’agenda, et l’accès à des bénéfices matériaux (Jakobsen, Ringsmose e Saxi 2018, 2), l’obtention de statut est vue comme hautement désirable.
Les croyances sous-jacentes à l’idée de statut sont fondées sur la valeur attribuée tant à des caractéristiques matérielles qu’immatérielles. À titre d’exemple, et de façon non exhaustive, nous pouvons énumérer la richesse, les capacités coercitives, la culture, la position démographique, l’organisation socio-politique et l’influence diplomatique ; mais aussi, la capacité de l’état ou de l’organisation d’adhérer aux standards civilisationnels du moment (Larson, Paul e Wohlforth 2014, 7, 20-21, 25; Neumann 2014, 85-114).
Tous ces indicateurs assument des contours différents, variant en continuité entre statut et stigmate, en fonction de l’époque historique et de la localisation géographique. La compréhension de ce qui est « bon » et « désirable » en termes de culture, de civilisation, d’organisation socio-politique, pour ne parler que de quelques-uns, n’est ni étanche ni immuable (Zarakol 2014, 319-324; Renshon 2017, 36).
Il s’ensuit que les droits des femmes occupent un espace singulier dans l’évolution normative de la société internationale, où des valeurs comme la discrimination, la protection de l’environnement, l’humanitarisme, entre autres (Mozaffari 2001; Gong 2002, 82), tiennent de plus en plus d’espace dans la structuration des hiérarchies sociales de pouvoir entre les états. Généralement perçus comme indicatifs du niveau de « progrès » et de « modernité » d’un état (Jayawardena 1994; Towns 2007, 2016; Abu-Lughod 2009), les droits des femmes se sont constitués comme un élément central des politiques externes de pays si divers comme la Suède et les Émirats Arabes Unis.
De plus, au niveau des rapports dans le Nord, et entre le Nord et le Sud globaux, il y eut, depuis les années 90, une série d’interventions – militaires et non-militaires –, aussi bien que des opérations d’assistance officielle au développement, dans lesquelles on retrouvait des préoccupations concernant les droits des femmes et/ou l’intégration de la dimension de genre (par exemple les cas d’Afghanistan, d’Irak et des Balkans). Ces interventions ont été controverses – étant donné les contextes préexistants de l’héritages coloniaux et de géopolitiques néo impériales –, mais elles ont aussi engendré une série d’initiatives, non seulement de la part d’institutions gouvernementales dans le domaine des policy-making, mais aussi de la part de la société civile. Des mouvements transnationaux de femmes, des réseaux et alliances, aussi bien que des organisations locales de femmes et activistes ont joué un rôle significatif dans ces configurations, souvent marquées par des constellations de conflit et rupture aux niveaux macro et méso. À souligner les actions d’organisations et mouvements transnationaux comme Women Living under Muslim Laws (WLUML) et Musawah; régionaux comme Women’s Regional Network; ou locaux comme Afghan Women’s Network.[1] Grâce à ces interactions et engagements, les normes et questions de genre sont ainsi devenues:
- Une monnaie d'échange dans des conflits transnationaux particuliers, tout comme un instrument pour la gestion de dissidences politiques (e.g. en Afghanistan et au Pakistan) ;
- Un instrument important pour la défense des droits des femmes en termes de stratégie, plaidoyer, lobbying, formation d’alliances et levée de fonds tant au niveau transnational comme international (mis en évidence par le travail de Musawah et d’Afghan Women’s Network).
Parmi les différents effets, on souligne les programmes d’appui aux organisations de femmes, le plaidoyer des ONG, mais aussi les programmes de prestation de services – notamment l’éducation des filles et la construction d’abris pour les femmes –, les quotas de genre, les lois de statut social ou l’interdiction de la violence de genre, entre autres. Ces initiatives ont été positivement accueillies par certains acteurs, mais fortement critiquées par d’autres. En ce qui concerne ce dernier groupe, si, d’une part, les acteurs conservateurs, appartenant soit au gouvernement soit à la société civile, ont dominé ces actions comme pratiques de Westoxificatio;[2], d’autre part, on identifie aussi une critique fondée sur une perspective post coloniale qui considérait ces initiatives, en tant qu’interventions au nom d’une stratégie néo-impériale civilisatrice faisant partie d’une logique de globalisation néo-libérale. À cela contribua le rapport de pouvoir entre les pays intervenants et ceux qui se trouvent sous intervention, appartenant au Nord et au Sud globaux, respectivement.
En ce sens, des contestations ont émergé, non seulement aux féminismes occidentaux de la part des mouvements de femmes (Roces 2010), mais aussi à d’autres féminismes (religieux et libéraux) à l’intérieur des mouvements de femmes, tant au niveau local comme transnational. Ces mouvements sont manifestement hétérogènes et multi vocaux par rapport aux interprétations au sujet de questions sur les femmes et leurs droits, aussi bien qu’en ce qui concerne le lien entre religion et genre (Ahmed-Gosh 2015). Des contre-mouvements sont aussi survenus, souvent religieux et conservateurs, parfois transnationaux (Derichs e Fennert 2014 sur les cas dans le Sud-Est Asiatique et dans la région MENA).
Dans le Nord global, néanmoins, le fait que les termes du débat soient posés de mode différent, étant donné les différentes configurations historico-sociales, économiques et politiques, le genre continue à occuper une position centrale dans les débats nationaux et internationaux, servant aussi comme indicateur de la nature plus ou moins progressiste des états. L’Union Européenne, par exemple, perçoit les rapports de genre comme un élément important aussi bien dans ses politiques d’élargissement à l’Est Européen (Pető e Manners 2006, 97-111) que dans celles de voisinage en Méditerranée et en Euro-Asie (Gündüz 2015). De plus, comme nous l’avons déjà mentionné, les droits des femmes ont été élus soit par la Suède, un pays scandinave, soit par les Émirats Arabes Unis, un pays arabe, comme des arènes centrales pour la construction de stratégies de distinction vis-à-vis de leurs voisins respectifs. Dans le cas de la Suède, celle-ci a proclamé en 2015 une politique externe féministe ; Les Émirats Arabes Unis, pour leur part, se sont activement engagés dans une campagne internationale visant à être considérés un modèle pour les droits des femmes au Moyen Orient (Carvalho Pinto 2018, sous presse).
Cela devient donc évident que la construction de statut ayant pour base les droits des femmes est devenue un pilote important dans l’interaction entre acteurs internationaux, régionaux et transnationaux, qui agissent aussi bien intra comme inter-régions. Cependant, malgré sa dimension empirique, ce thème est encore absent de la littérature sur le statut. Ainsi, ce dossier spécial fait appel à contributions qui se penchent sur les thématiques suivantes :
- Travaux à caractère plus général qui soient engagés avec la littérature sur le statut et qui contribuent à la théorisation de la relation entre statut et genre ;
- Comment différentes approches de politique externe, qui incluent mais ne sont pas limitées aux approches de soft power et des interventions, militaires ou non, peuvent être configurées comme stratégies de coopération ou conflit visant la poursuite d’une politique du statut ;
- Des cas empiriques (du Nord et du Sud globaux) qui examinent comment les états ou les groupes d’états, organisations internationales ou supra nationales et alliances régionales, stimulent certaines normes de genre dans des forums/organisations internationales comme partie intégrante d’une stratégie de construction de statut. À accentuer le rôle de norm setters de pays comme la Norvège et la Suède ; de même pour les débats relatifs à la ratification et aux réserves du CEDAW et de la DEVAW, et d’initiatives relatives à la Résolution 1325 (2000) ; [3]
- Comment cette diffusion de normes de genre – résultantes de l’association avec des politiques de statut – constitue des répertoires trans-locaux et leurs conséquences, non seulement pour des mouvements et contre-mouvements de femmes et activistes, mais aussi pour la vie de tous les jours des femmes ;
- Théorisation et recherche de ces pratiques et politiques discursives à partir d’une perspective féministe des relations internationaux, avec une référence particulière à de possibles instruments épistémologiques, théoriques et méthodologiques qui pourront être utilisés dans cette étude ;
- Perspectives postcoloniales, subalternes et non-centrées, sur le rapport entre genre et recherche de statut de la part d’acteurs régionaux, internationaux et transnationaux.
Références
Abu-Lughod, Lila. 2009. “Dialects of Women’s Empowerment: The International Circuitry of the Arab Human Development Report 2005.” International Journal of Middle East Studies (41) 83–103.
Ahmed-Gosh, Huma. 2015. Contesting Feminisms - Gender and Islam in Asia. Albany: SUNY Press.
Carvalho Pinto, Vânia. 2018, in press. “Signalling for status: UAE and women's rights.” Contexto internacional: journal of global connections.
De Carvalho, Benjamin e Iver B. Neumann (orgs.). 2015. Small state status seeking. Norway’s Quest for International Standing. New York, Abingdon: Routledge.
Derichs, Claudia (in cooperation with) Dana Fennert. 2014. Women's Movements and Countermovements. The Quest for Gender Equality in Southeast Asia and the Middle East. Cambridge: Cambridge Scholars Press.
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Zarakol, Ayşe. 2014. “What made the modern world hang together: socialisation or stigmatisation?” International Theory (6): 311-332.
[1] Women’s Regional Network, est un réseau de femmes leaders de la société civile qui travaille pour le développement des droits des femmes et de la paix régionale en Afghanistan au Pakistan et en Inde (https://www.womensregionalnetwork.org). Afghan Women’s Network, c’est une organisation non gouvernementale créée en 1996 par des femmes afghanes, après la Conférence Mondiale sur les Femmes à Pékin, qui travaille pour habiliter les femmes et garantir leur participation égalitaire dans la société afghane (http://www.awn-af.net). Musawah est un mouvement global pour l’égalité et la justice dans la famille musulmane, mené par des féministes (http://www.musawah.org). WLUML était un réseau international de solidarité qui offre information, appui et un espace collectif aux femmes dont les vies ont été déterminées, conditionnées ou gouvernées par des lois et coutumes prétendument dérivées de l’Islam (http://www.wluml.org).
[2] Le terme décrit une fascination et une dépendance vis-à-vis de l’Occident au détriment de liens culturels, traditionnels et historiques de l’Islam et du monde islamique. Fondé sur l’imitation indiscriminée de l’Occident, cela révèle un sens d’intoxication qui mène à l’aliénation culturelle. Cf: http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e2501
[3] CEDAW: Convention Pour l’Élimination de Toutes les Formes de Discrimination contre les Femmes, 1981; DEVAW: Déclaration sur l’Élimination de la Violence Contre les Femmes, 1993. Résolution 1325 (2000) reconnaît que les femmes souffrent de forme différente les impacts de la guerre et réaffirme la nécessité de renforcer le rôle des femmes dans la prise de décision par rapport à la prévention et résolution de conflits.