Trans-ações de género: ressonâncias e saberes trans* e intersexo
Coordenação: João Manuel de Oliveira (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil/ISCTE-IUL)
PRAZO DE ENVIO – 15 MAIO 2018 (a publicar em dezembro 2018)
Este dossier da ex æquo pretende analisar as ressonâncias e efeitos da problematização das identificações, identidades e expressões de género trans* e intersexo na produção de teoria feministas, teoria queer e estudos de género. Nos últimos anos, para além do surgimento de inúmeras obras e periódicos como o Transgender Studies Quarterly, a reflexão e a análise da posição das pessoas trans* e intersexo é uma das áreas mais vibrantes da investigação e intervenção feminista atualmente. Desde os tempos do célebre The “Empire” Strikes Back: a posttransexual manifesto de Sandy Stone (2006, inicialmente publicado em 1992), passando pela publicação dos Transgender Studies Readers (já com uma segunda edição, Stryker & Azura, 2013), no panorama anglo-saxónico, estas áreas, denominadas também de teoria trans (Stryker, 2006), têm sido bastante pensadas, polemizadas e transpostas para políticas públicas. A América Latina tem produzido generosamente sobre este tema, evidenciando não só uma preocupação com os sinistros números de genocídio de pessoas trans*, mas enquadrando-os numa política de transfeminicídio (Bento, 2016). No caso das pessoas intersexo, a dificuldade em conceptualizar que o sexo é tão construído como o género tem sido denunciada (Machado, 2005,Fausto-Sterling, 2013; Butler, 2004).
Pretendemos, igualmente, traçar um quadro do pensamento produzido sobre estas problemáticas, com particular incidência no espaço que fala português e espanhol, tentando refletir sobre o impacto dos questionamentos e problematizações das posições dos movimentos trans, transfeminista e intersexo na investigação e seus efeitos nas políticas públicas. Assim este dossier irá detalhar intensos debates, diálogos, conflitos, harmonias e dissensões entre as perspectivas trans* e intersexo na sua pluralidade com os feminismos, os estudos de género, teoria queer e estudos LGBT, numa perspetiva particularmente aberta às epistemologias do sul e aos saberes (des)subjugados trans* e intersexo (Butler, 2004; Davy, 2015; Missé & Coll-Planas, 2010; Stryker, 2006).
Recorremos à ideia de trans*, esboçada por Lucas Platero (2014), como um conceito amplo para incluir identificações, identidades e expressões de género transexuais, transgénero e trans, travesti, etc. pensadas de forma heterogénea, multíplice e não forçosamente adstritas ao binarismo de sexo e de género. No caso intersexo, a Intersex Society of North America define a sua missão como provocar uma mudança sistémica na situação das pessoas que nascem com uma anatomia que é considerada não convencional para os padrões binários. Iremos neste dossier acolher trabalhos que problematizem estas posições de sujeito, que partam de classificações das pessoas trans* e intersexo e não estritamente de classificações médicas ou psiquiátricas, exógenas, que não considerem as posições e auto-identificações das pessoas. Desta pluralidade e diversidade trans* e intersexo pretendemos igualmente um registo das interseccionalidades destas posições com classe, ‘raça’, diversidade funcional e outros eixos das matrizes de opressão e privilégio e como as políticas públicas incorporam (ou não) estas intersecções.
Na organização deste dossier assumimos claramente uma perspectiva despatologizante das pessoas trans* e intersexo com o desejo e a luta para que estas identificações sejam legalmente reconhecidas. Pretendemos compor neste dossier um retrato complexo e polifónico, mostrando os efeitos das narrativas trans* nos modos de contar os feminismos e os géneros, na pluralidade das epistemologias e práticas de investigação e suas reverberações nas políticas públicas (Butler, 2004). Esperamos ter a polémica e o dissenso, para além dos consensos possíveis, dadas as múltiplas posições sobre estas interseccionalidades.
Temas possíveis, não obstante outros que possam surgir:
- políticas públicas para pessoas intersexo e trans* em vários países e enquadramentos legais
- transcendências e transitoriedades de género versus identidades de género
- materialidades de género
- cisnormatividade e repercussões das problematizações dos movimentos trans* e intersexo
- análises das contingências sociais, económicas, médicas, tecnológicas e políticas nas pessoas trans* e intersexo
- feminismos e transfeminismos
- demografias trans* e intersexo, vitimação, homícidio e genocídio
- transfobia e outras formas de discriminação
- pós-colonialidades e decolonizações trans* e intersexo
- dessubjugação dos saberes e movimentos trans* e intersexo
- encontros, hibridizações e tradução de saberes trans* e intersexo com outros saberes
- intersecções trans* e intersexo com outras matrizes de opressão e privilégio
- agenciamentos trans* e intersexo
Referências
Bento, Berenice. 2016. “Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero da violência”. In Dissidências sexuais e de gênero, edited by Leandro Colling, 25-40. Salvador: EDUFBA.
Butler, Judith. 2004. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.
Davy, Zowie. 2015. “The DSM 5 and the politics of diagnosing transpeople”. Archives of Sexual Behavior, 44 , 1165-1176. doi: 10.1007/s10508-015-0573-6
Fausto-Sterling, Anne 2013. Sex and gender: biology in a social world. New York: Routledge.
Machado, Paula Sandrine. 2005. “O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural”. Cadernos Pagu, 24, 249-281.
Missé, Miquel, e Gerard Coll-Planas. 2010. El genero desordenado: Críticas en torno a la patologización de la transexualidad. Madrid: Egales.
Platero, Lucas. 2014. Trans*exualidades: Acompañamiento , factores de salud y recursos educativos. Barcelona: Bellaterra.
Stone, Sandy. 2006. “The Empire strikes back: a posttranssexual manifesto”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 221-234, New York: Routledge.
Stryker, Susan. 2006. “(De)subjugated knowledge: an introduction to transgender studies”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 1-17. New York: Routledge.
Stryker, Susan, and Airen Z. Azura. 2013. The Transgender Studies Reader 2. New York: Routledge.
Prazo de envio:
Envio de artigos, com escrupuloso cumprimento das normas da revista apresentadas em Http://www.apem-estudos.org/pt/page/submissao-de-artigos, até 15 de maio de 2018, para o endereço apem1991@gmail.com. Os textos que não respeitarem as normas quanto à extensão, à formatação e ao modo de citar e referenciar as fontes bibliográficas serão excluídos numa primeira triagem antes de serem submetidos a arbitragem cientifica. No prazo de quatro semanas após a data limite de receção, as/os autoras/es receberão a informação sobre os resultados da primeira triagem e a passagem à etapa seguinte, isto é, da submissão, sob anonimato, à dupla arbitragem científica do texto. A data prevista de saída deste número é dezembro de 2018.
Além das submissões para os dossiers temáticos, a ex æquo aceita permanentemente contributos para as secções de Estudos e Ensaios e Recensões.
Trans-actions of Gender: trans* and intersex resonances and knowledges
Co-ordination: João Manuel de Oliveira (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil/ISCTE-IUL)
SUBMISSION – 15 MAY 2018 (to be published in December 2018)
This special issue of ex aequo intends to analyse the resonances and effects of the questions of trans* and intersex identifications, gender identities and expressions in the production of feminist theory, queer theory and gender studies. In the last few years, besides an increase in books and journals (such as Transgender Studies Quarterly), the reflection and analysis on the positions of trans* and intersex people are one of the most vibrant areas in feminist inquiry and intervention nowadays. Since the times of the notorious The “Empire” Strikes Back: a posttransexual manifesto by Sandy Stone (2006, first published in 1992), the publication of The Transgender Studies Reader(s) (with its second edition, Stryker & Azura, 2013), in the anglo world, these areas, also known as trans theory have been widely thought, disputed and transposed to public policies. Latin America has produced generously to this debate, showing not only a concern with the genocide of trans* people, framing it under a policy of transfeminicide (Bento, 2016). In the case of intersex people, the difficulty to conceptualize the construction of sex, as well as gender, has been denounced (Machado, 2005; Fausto-Sterling, 2013; Butler, 2004).
We seek to trace the body of work produced on these subjects, specifically in the Portuguese and Spanish speaking world, while trying to reflect on the impacts of the questioning and problematizations raised by the trans*, transfeminist and intersex movement and their impact and effects on public policies and research. Therefore this special issue will detail the intense debates, dialogues, conflicts, harmonies and dissents between trans* and intersex perspective in their plurality with feminisms, gender studies, queer theory and LGBT studies, in a perspective very directly concerned with epistemologies of the south and to intersex and trans* (de)subjugated knowledges (Butler, 2004; Davy, 2015; Missé & Coll-Planas, 2010; Stryker, 2006).
We use the idea of trans*, as defined by Lucas Platero (2014), as a wide concept to include transsexual, transgender and trans, travesti identifications, identities and expression of gender and others, thought in a heterogeneous, multiple way and not necessarily circumscribed to sex and gender binaries. The Intersex Society of North America defines, as its mission, to provoke systemic change on the situation of people that are born with an anatomy that is considered unconventional for binary standards.
This special issue welcomes works that question these subject positions, that depart from classification of trans* and intersex people rather than strictly medical or psychiatric exogenous classifications, that disregard the positions and self-identification of these persons. From the trans* and intersex plurality and diversity, we aim to keep track of the interseccionalities of these positions with class, ‘race’, functional diversity and other axes of the matrix of oppression and priviledge. Also, we aim at showing how public policies embody (or not) these intersections.
In the organisation of this special issue, our position is clearly identitified with a depathologizing perspective of trans* and intersex people with a desire and alliance that these identifications are legally recognised. We aim to compose in this special issue a complex and polyphonic portrait, showing the effects of trans* and intersex narratives in the ways to tell feminist and gendered stories, the plurality of epistemologies and their reverbs on public policies (Butler, 2004). We hope to have polemics and dissent, besides the possible consensus, given the multiple positions on these intersectionalities.
Possible topics include:
- Public policies for trans* and intersex people in several countries with diferente legal backgrounds
- Gender transits and transcendences versus gender identities
- Materialities of gender
- Cisnormativity and its effects on trans* and intersex debates
- Analysis of the social, economical, medical, technological and political contingencies of trans* and intersex people
- Feminisms and transfeminisms
- trans* and intersex demographies, vitimation, violence, murder e genocide
- transphobia and other forms of discrimination
- (post) colonialities and trans* and intersex decolonisation
- dessubjugation of trans* and intersex knowledges and movements
- encounters, hybridizations and translations of trans* and intersex knowledges and other knowledges
- trans and intersex intersection with other axes of matrix of priviledge and oppression
- trans* and intersex assemblages
References
Bento, Berenice. 2016. “Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero da violência”. In Dissidências sexuais e de gênero, edited by Leandro Colling, 25-40. Salvador: EDUFBA.
Butler, Judith. 2004. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.
Davy, Zowie. 2015. “The DSM 5 and the politics of diagnosing transpeople”. Archives of Sexual Behavior, 44 , 1165-1176. doi: 10.1007/s10508-015-0573-6
Fausto-Sterling, Anne 2013. Sex and gender: biology in a social world. New York: Routledge.
Machado, Paula Sandrine. 2005. “O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural”. Cadernos Pagu, 24, 249-281.
Missé, Miquel, e Gerard Coll-Planas. 2010. El genero desordenado: Críticas en torno a la patologización de la transexualidad. Madrid: Egales.
Platero, Lucas. 2014. Trans*exualidades: Acompañamiento , factores de salud y recursos educativos. Barcelona: Bellaterra.
Stone, Sandy. 2006. “The Empire strikes back: a posttranssexual manifesto”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 221-234, New York: Routledge.
Stryker, Susan. 2006. “(De)subjugated knowledge: an introduction to transgender studies”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 1-17. New York: Routledge.
Stryker, Susan, and Airen Z. Azura. 2013. The Transgender Studies Reader 2. New York: Routledge.
Deadline and guidelines for submission
All submissions have to abide by the publication guidelines of ex æquo, which are available at http://www.apem-estudos.org/en/page/apresentacao-da-revista, and the papers should be sent until 15 of May, to the e-mail apem1991@gmail.com. The submissions that do not abide by the publication guidelines of ex æquo (e.g. references, tables and figures, article length) will be immediately excluded from the arbitrage process. Within four weeks after submission, the authors will receive an email informing of the decision to send the paper for peer review or the exclusion from the arbitrage process. The date due for publication of this special number is December 2018.
The call for non-themed submissions (articles and reviews) is continuously open.
Trans-acciones de género: resonancias trans* e intersexo
Coordinador: João Manuel de Oliveira - Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil/ISCTE-IUL)
FECHA DE ENVIO - 15 de mayo de 2018 (a publicar en Diciembre de 2018)
Este dossier de Ex-Aequo se destina a estudiar las resonancias y los efectos de la problemática de las identificaciones, identidades y expresiones de género trans* e intersexo en la producción de teoría feminista, teoría queer y estudios de género. En los últimos años, con el surgimiento de inúmeras obras y periódicos como el Transgender Studies Quarterly, la reflexión y análisis de la posición de las personas trans e intersexo es una de las áreas más vibrantes de la investigación y la intervención feminista. Desde que se publicó The “Empire” Strikes Back: a Posttransexual Manifesto de Sandy Stone (2006, inicialmente publicado en 1992), pasando por la publicación de los Transgender Studies Reader(s) (ya con una segunda edición, Stryker & Azura, 2013), en el panorama anglo, estas áreas, denominadas también de teoría trans (Stryker, 2006), han sido bastante pensadas, polemizadas y transpuestas para políticas públicas. América Latina ha producido generosamente sobre este tema, evidenciando no solamente una preocupación por los macabros números del genocidio de personas trans*, sino encuadrarlos en una política de transfeminicidio (Bento, 2016). En el caso de las personas intersexo, se ha criticado la dificultad en conceptualizar que el sexo es tan construido como el género (Machado, 2005, Fausto-Sterling, 2013, Judith Butler, 2004).
Pretendemos, igualmente, trazar un cuadro de pensamiento producido sobre estas problemáticas, con particular incidencia en el espacio portugués e hispanohablante, intentando reflexionar sobre el impacto de los cuestionamientos y las problemáticas de las posiciones de los movimientos trans*, transfeminista e intersexo en la investigación y sus efectos en las políticas públicas. Así, este número especial pretende detallar los intensos debates, los diálogos, los conflictos, las armonías y los disensos entre las perspectivas trans* e intersexo en su pluralidad con los feminismos, los estudios de género, la teoría queer y los estudios LGBT, con una perspectiva particularmente abierta a las epistemologías del sur y a los saberes (des)subyugados trans* e intersexo (Butler, 2004; Davy, 2015; Missé & Coll-Planas, 2010; Stryker, 2006).
Recorremos al noción de trans*, usada por Lucas Platero (2014), como un concepto para incluir identificaciones, identidades y expresiones de género transexuales, transgénero y trans, travesti, etc., y que no están adscritas al binarismo de sexo y de género. En el caso de la intersexualidad, la Intersex Society of North America define como su misión provocar un cambio sistémico en la situación de las personas que han nacido con una anatomía que no convencional según los estándares binarios. En este número especial iremos acoger trabajos que problematicen estas posiciones de sujeto, que tomen como punto de partida las clasificaciones de las personas trans* e intersexo y no estrictamente las clasificaciones medicales o psiquiátricas, exógenas, que no consideran las posiciones y auto-identificaciones de las personas. En esta pluralidad y diversidad trans* e intersexo también pretendemos que se muestre el registro de las intersecciones de las clases con clase, 'raza', diversidad funcional y otros ejes de las estructuras de opresión y privilegio y de cómo las políticas públicas incorporan (o no) estas intersecciones.
En este trabajo asumimos claramente una perspectiva despatologizante, esperanzada y en lucha para que las identificaciones trans* e intersexo sean legalmente reconocidas. Con este dossier pretendemos crear un retrato complejo y polifónico, mostrando los efectos de las narrativas trans* en los modos de contar los feminismos y los géneros, en la pluralidad epistemológica y de prácticas de investigación y en sus reverberaciones en las políticas públicas (Butler, 2004). Esperamos generar polémica y disenso, además de los consensos posibles, así como múltiples reflexiones relevantes sobre estas intersecciones.
Temas posibles
a) Políticas públicas para personas intersexo y trans* en varios países e marcos legales.
b) Transcendencias y transitoriedades de género versus identidades de género.
c) Materialidades de género.
d) Cisnormatividad y repercusión de las problemáticas de los movimientos trans* e intersexo.
e) Análisis de las contingencias sociales, económicas, médicas, tecnológicas y políticas de las personas trans* e intersexo.
f) Feminismos y transfeminismos.
g) Demografias trans* e intersexo, victimización, homicidio y genocidio.
h) Transfobia y otras formas de discriminación.
i) Post-colonialidades y decolonizaciones trans* e intersexo.
j) Desubyugación de los saberes y movimientos trans* e intersexo.
k) Encuentros, hibridizaciones y traducciones de saberes trans* e intersexo con otros saberes.
l) Intersecciones trans* e intersexo con otras matrices de opresión y privilegio.
m) Agenciamentos trans* e intersexo.
Referencias
Bento, Berenice. 2016. “Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero da violência”. In Dissidências sexuais e de gênero, edited by Leandro Colling, 25-40. Salvador: EDUFBA.
Butler, Judith. 2004. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.
Davy, Zowie. 2015. “The DSM 5 and the politics of diagnosing transpeople”. Archives of Sexual Behavior, 44 , 1165-1176. doi: 10.1007/s10508-015-0573-6
Fausto-Sterling, Anne 2013. Sex and gender: biology in a social world. New York: Routledge.
Machado, Paula Sandrine. 2005. “O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural”. Cadernos Pagu, 24, 249-281.
Missé, Miquel, e Gerard Coll-Planas. 2010. El genero desordenado: Críticas en torno a la patologización de la transexualidad. Madrid: Egales.
Platero, Lucas. 2014. Trans*exualidades: Acompañamiento , factores de salud y recursos educativos. Barcelona: Bellaterra.
Stone, Sandy. 2006. “The Empire strikes back: a posttranssexual manifesto”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 221-234, New York: Routledge.
Stryker, Susan. 2006. “(De)subjugated knowledge: an introduction to transgender studies”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 1-17. New York: Routledge.
Stryker, Susan, and Airen Z. Azura. 2013. The Transgender Studies Reader 2. New York: Routledge.
Plazo de envío:
El envío de los artículos deberá realizarse con escrupuloso cumplimiento de las normas de la revista hasta el 15 de Mayo de 2018, para apem1991@gmail.com.
Los textos que no respeten las normas en cuanto a extensión, formato, citas y referencias bibliográficas serán excluidos en una primera selección antes de ser sometidos a arbitraje. En el plazo de cuatro semanas luego de la fecha límite de recepción, las/los autoras/es recibirán información sobre los resultados de la primera selección y el paso a la siguiente etapa, es decir, al envío, bajo condición de anonimato, para una revisión por pares (peer review) del texto. Este número será publicado en Diciembre de 2018.
Además de los envíos para los dossiers temáticos, ex æquo acepta permanentemente contribuciones para las secciones de Estudios y Ensayos y de Recensiones.
Trans-actions de genre: résonnances et savoirs trans* et intersexe
Coordination : João Manuel de Oliveira (Université Fédérale de Santa Catarina, Brésil/ISCTE-IUL)
DÉLAI D’ENVOI -15 MAI 2018 (à publier en décembre 2018)
Ce dossier de ex æquo prétend analyser les résonnances et effets de la problématisation des identifications, identités et expressions de genre trans* et intersexe dans la production de la théorie féministe, la théorie queer et les études de genre. Les dernières années, au-delà de l’apparition de nombreuses œuvres et publications périodiques telles que Transgender Studies Quarterly, la réflexion et l’analyse du positionnement des personnes trans* et intersexe est une des aires les plus vibrantes de la recherche et intervention féministes de l’actualité. Depuis le temps du célèbre The “Empire” Strikes Back: a posttransexual manifesto de Sandy Stone (2006, publié pour la première fois en 1992), en passant par la publication de Transgender Studies Readers (ayant déjà une deuxième édition, Stryker & Azura, 2013), dans le panorama anglo-saxon, ces aires, dénommées aussi comme théorie trans (Stryker, 2006), ont été objet de grand nombre de réflexions, de discussions et ont donné lieu à des mesures de politiques publiques. L’Amérique Latine a une vaste production dans ce domaine, mettant en évidence non seulement la préoccupation avec le nombre sinistre de génocides de personnes trans*, mais en leur donnant un encadrement dans une politique de transféminicide (Bento, 2016). En ce qui concerne le cas des personnes intersexe, diverses publications dénoncent la difficulté de conceptualiser que, à l’égal de ce qui se passe pour le genre, le sexe est aussi une construction (Machado, 2005, Fausto-Sterling, 2013; Butler, 2004).
Nous prétendons, également, tracer un cadre de la pensée produite sur ces problématiques, particulièrement dans l’espace où l’on parle portugais ou espagnol, essayant de réfléchir sur l’impact des questionnements et problématisations de prise de position des mouvements trans*, transféministe et intersexe dans la recherche et des effets sur les politiques publiques. Ce dossier présentera d’intenses débats, dialogues, conflits, harmonies et dissensions entre les perspectives trans* et intersexe dans leur pluralité avec les féminismes, les études de genre, la théorie queer et les études LGBT, dans une perspective particulièrement ouverte aux épistémologies du sud et aux savoirs (des)subjugués trans* et intersexe (Butler, 2004; Davy, 2015; Missé & Coll-Planas, 2010; Stryker, 2006).
Nous nous appuyons sur l’idée de trans*, amorcée par Lucas Platero (2014), comme un concept élargi pour inclure identifications, identités et expressions de genre transsexuelles, transgenre et trans*, travesti, etc. pensées de façon hétérogène, multiple et pas forcément accolées au binarisme de sexe et de genre. Dans le cas de l’intersexe, la Intersex Society of North America définit sa mission en tant que moyen de provoquer un changement systémique dans la situation des personnes qui naissent avec une anatomie qui est considérée non conventionnelle en fonction des paramètres binaires. Dans ce dossier, nous accueillerons des travaux qui problématisent ces positions de sujet, qui partent des classifications des personnes trans* et intersexe et non seulement de classifications médicales ou psychiatriques, exogènes, qui ne considèrent pas les positionnements et auto-identifications des personnes. Suite à cette pluralité et diversité trans* et intersexe, nous visons aussi le registre des intersectionnalités de ces positionnements par rapport aux catégories de classe, « race », diversité fonctionnelle et autres axes des matrices d’oppression et privilège, ainsi que la façon dont les politiques publiques incorporent (ou non) ces intersections.
Dans l’organisation de ce dossier, nous défendons clairement une perspective dépathologisante des personnes trans* et intersexe, luttant pour et désirant que ces identifications soient légalement reconnues. Nous prétendons, dans ce dossier, tracer un portrait complexe et polyphonique, mettant en évidence les effets des récits trans* sur les formes de raconter les féminismes et les genres, dans la pluralité des épistémologies et des pratiques de recherche et leur réverbération sur les politiques publiques (Butler, 2004). Nous souhaitons avoir polémique et dissension, au-delà des consensus possibles, étant donné la multiplicité des positionnements à propos de ces intersectionnalités.
Thèmes possibles, indépendamment d’autres qui puissent survenir :
- Politiques publiques pour les personnes intersexe et trans* dans différents pays et encadrements légaux ;
- Transcendances et transitivités de genre versus identités de genre ;
- Matérialités de genre ;
- Cisnormativité et répercussions des problématisations des mouvements trans* et intersexe ;
- Analyse des contingences sociales, économiques, médicales, technologiques et politiques chez les personnes trans* et intersexe ;
- Féminismes et transféminismes ;
- Démographies trans* et intersexe, victimisation, homicide et génocide ;
- Trans-phobie et autres formes de discrimination ;
- Post-colonialités et décolonisation trans* et intersexe ;
- De-subjugation des savoirs et mouvements trans* et intersexe ;
- Rencontres, hybridations et traductions de savoirs trans* et intersexe avec d’autres savoirs ;
- Intersections trans* et intersexe avec d’autres matrices d’oppression et privilège ;
- Agencements trans* et intersexe.
Références :
Bento, Berenice. 2016. “Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero da violência”. In Dissidências sexuais e de gênero, edited by Leandro Colling, 25-40. Salvador: EDUFBA.
Butler, Judith. 2004. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.
Davy, Zowie. 2015. “The DSM 5 and the politics of diagnosing transpeople”. Archives of Sexual Behavior, 44, 1165-1176. doi: 10.1007/s10508-015-0573-6
Fausto-Sterling, Anne 2013. Sex and gender: biology in a social world. New York: Routledge.
Machado, Paula Sandrine. 2005. “O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural”. Cadernos Pagu, 24, 249-281.
Missé, Miquel, y Gerard Coll-Planas. 2010. El género desordenado: Críticas en torno a la patologización de la transexualidad. Madrid: Egales.
Platero, Lucas. 2014. Trans*exualidades: Acompañamiento, factores de salud y recursos educativos. Barcelona: Bellaterra.
Stone, Sandy. 2006. “The Empire strikes back: a posttranssexual manifesto”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 221-234, New York: Routledge.
Stryker, Susan. 2006. “(De)subjugated knowledge: an introduction to transgender studies”, The Transgender Studies Reader, edited by Susan Stryker & Stephen Whittle, 1-17. New York: Routledge.
Stryker, Susan, and Airen Z. Azura. 2013. The Transgender Studies Reader 2. New York: Routledge.
Date limite de soumission
Soumission d'articles, avec le strict respect des directives de la revue présentées dans Http://www.apem-estudos.org/pt/page/submissao-de-artigos, jusqu'au 15 mai de 2018 à apem1991@gmail.com. Les textes qui ne respectent pas les normes relatives à l’extension, à la mise en forme et comment citer et lister les sources bibliographiques de référence sont supprimés en première séance avant d’être soumis à arbitrage scientifique. Dans les quatre semaines après la date limite pour la réception, les/as auteurs/es recevront des informations sur les résultats de la première et le passage à l’étape suivante, c'est-à-dire la présentation de l’article, sous anonymat, au arbitrage scientifique. La sortie de ce numéro est décembre de 2018.
En plus des articles pour les dossiers thématiques, ex æquo accepte en permanence des contributions aux sections d’études et essais et de critiques de livres.