“You can feel the exhaustion in the air around you”: The Mood of Contemporary Universities and its Impact on Feminist Scholarship
Maria do Mar Pereira
University of Warwick, Coventry, United Kingdom / Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG), Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, Portugal / Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta, Portugal
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3745-6266
Science and higher education have undergone profound changes in recent decades, leading in many countries to the institutionalisation of academic cultures of performativity. In this article, I examine how that institutionalisation shapes women’s, gender, feminist studies (WGFS) in paradoxical ways. Drawing on an ethnography of Portuguese academia, I show that the growing emphasis on productivity has created opportunities for WGFS but also produced a mood of exhaustion and depression that has extremely detrimental impacts on WGFS academics’ bodies, relationships and knowledge production. I use this paradox to call for more debate in WGFS about contemporary academic working cultures, and our ambivalent personal investments in work.
Keywords
academia, feminism, gender studies, work, higher education
“O cansaço sente-se no ar”: o ambiente nas universidades contemporâneas e o seu impacto na investigação feminista
A ciência e o ensino superior têm sofrido alterações profundas nas últimas décadas, que têm levado em muitos países à institucionalização de culturas académicas performativas. Neste artigo, examino a forma paradoxal como essa institucionalização tem afetado os Estudos sobre as Mulheres, de Género e Feministas (EMGF). Tomando como ponto de partida uma etnografia da academia em Portugal, demonstro que a crescente valorização da produtividade na ciência gerou oportunidades para os EMGF, mas também criou um ambiente de exaustão e depressão que está a ter impactos muito nocivos nos corpos, relações e trabalho científico de quem trabalha em EMGF. Uso este paradoxo para argumentar que é necessário fazer um debate crítico e urgente nos EMGF sobre as culturas de trabalho na academia contemporânea, e as relações ambivalentes que temos com o trabalho científico que fazemos.
Palavras-chave
academia, feminismo, estudos de género, trabalho, ensino superior
“Vous pouvez sentir l’épuisement autour de vous”: l’atmosphère dans les universités contemporaines et son impact sur la recherche féministe
La science et l’enseignement supérieur ont vécu de profondes transformations ces dernières décennies, qui ont amené à l’institutionnalisation de cultures performatives dans le milieu académique dans plusieurs pays. Dans cet article, j’analyse la forme paradoxale dont cette institutionnalisation a façonné les études sur les femmes, de genre et féministes (EFGF). En m’appuyant sur une ethnographie réalisée dans le milieu académique au Portugal, je montre que l’accent croissant mis sur la productivité a créé des opportunités pour les EFGF, mais aussi un état d’épuisement et de dépression qui a des impacts extrêmement préjudiciables sur les corps, les relations et la production scientifique de qui travaille dans les EFGF. J’utilise ce paradoxe pour faire appel à un débat critique et urgent dans les EFGF sur les cultures de travail académiques contemporaines et sur nos relations ambivalentes avec le travail scientifique.
Mots-clés
milieu académique, féminisme, études de genre, travail, enseignement supérieur
DOI: https://doi.org/10.22355/exaequo.2019.39.11
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